1. ELA CAUSA DIABETE Diferentemente de muita gente barriguda até os magros podem ser barrigudos, lembre-se disso , as células que estocam gordura na região abdominal não costumam ser sedentárias. São mais ativas do que se imagina. Nessa região, elas vivem fabricando substâncias que destrambelham algumas funções do organismo. Além disso, sua gordura tem a capacidade de migrar e fixar moradia em locais como o fígado. Ali, está por trás de alterações que deixam essa glândula confusa, deflagrando uma produção excessiva de glicose. Para suprir a necessidade de insulina, o hormônio que bota todo esse açúcar para dentro das células, entra em cena o pâncreas, que enlouquece na tentativa de atender à enorme demanda. Mas essa gordura estocada no ventre também promove a liberação de muitos ácidos graxos livres, explica o endocrinologista Marcos Tambascia, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. E eles, por sua vez, impedem a ação correta da insulina, completa. Daí, como a substância não consegue cumprir sua missão, sobra açúcar e abrem-se as portas ao diabete tipo 2.
2. FAVORECE A HIPERTENSÃO O corpo que exibe uma barriga saliente fica refém de um verdadeiro efeito dominó. Para dar cabo de tanta glicose correndo pelas veias conseqüência número 1 da cintura larga , o organismo intensifica cada vez mais a produção de insulina, até não dar mais conta do recado. A elevação dos níveis desse hormônio acarreta um aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que ordena uma maior contração dos vasos sangüíneos, explica Maria Teresa. Sem contar que os rins passam a reabsorver mais sódio. O resultado desse combinado: a pressão vai às alturas.
3. AUMENTA O RISCO DE INFARTO E DERRAME As células gordurosas localizadas na barriga produzem substâncias inflamatórias relacionadas a doenças cardiovasculares, afirma o cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração, em São Paulo. Nas pessoas com cintura farta, há geralmente gordura em demasia na circulação. Nesse cenário, predominam moléculas de LDL, o colesterol ruim. Elas podem se alojar na parede de um vaso, disparando um processo inflamatório. Em meio a essa reação, forma-se uma placa que fechará a assagem do sangue e essa é a origem dos infartos e derrames.
4. INFLUENCIA O ALZHEIMER A constatação é recente e, por isso, ainda não se sabe ao certo o mecanismo que conecta a gordura visceral à maior prevalência da doença que apaga a memória. Um estudo do Centro de Pesquisa Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, sugere que indivíduos com barriga e outro fator envolvido na síndrome metabólica correm um risco três vezes maior de desenvolver Alzheimer
. O vilão pode ser um mal que é pura conseqüência do excesso de banha no abdômen, o diabete. O aumento dos níveis de glicose danifica os neurônios, justifica o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Unifesp.
5. PREJUDICA O FÍGADO A gordura que está debaixo da parede abdominal pode passear entre os órgãos e, num belo dia, fixar residência no fígado. Ela consegue se depositar dentro das células dessa glândula, os hepatócitos, conta a médica Edna Strauss, da Universidade de São Paulo. Quando mais de 10% delas estão obesas, por assim dizer, instala-se a esteatose hepática, caracterizada por inflamações que, com o tempo, provocam a morte dos tais hepatócitos e podem até mesmo levar o fígado à falência.
6. CONTRIBUI PARA A DISFUNÇÃO ERÉTIL
A notícia é de assustar qualquer homem, sobretudo os que têm mais de 40 anos e cultivam uma barriga saltada. A gordura visceral, associada a altos níveis de colesterol e triglicérides, patrocina a perda da ereção e do apetite sexual. Quem tem síndrome metabólica está mais sujeito às baixas de testosterona, alerta o médico Carlos Da Ros, da Sociedade Brasileira de Urologia. Não à toa. É que, nesse pessoal, os testículos passam a produzir uma menor quantidade do hormônio masculino, que é essencial à ereção.
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