Segundo Christian Norberg-Schulz , o “lugar” e conseqüentemente, a qualidade ambiental desse “lugar” precisa do todo para ser entendida.
Uma casa é o conjunto de fenômenos como quarto, sala, banheiro, cozinha e lavanderia. Podem existir variações de quantidade, de repetições, como 3 ou 4 quartos, sala com quarto junto, mas sempre existirá o conjunto desses fenômenos que formarão o “lugar”, a casa,mas, e a qualidade desse ambiente e a acessibilidade?
Não vejo vantagem, em termos uma casa aonde cada coisa em seu lugar, se elas não estão acessíveis e não são seguras à todos.
Quando nossos filhos são pequenos, fazemos algumas adaptações em nossas casas, objetos perigosos são guardados fora do alcance da crianças, colocamos telas ou grades nas janelas, há quem coloque tampões nas tomadas etc...
Nossos filhos crescem, e nossos pais ou avós envelhecem, então é o momento de adaptarmos as nossas casas para eles, para proteção deles e comodidades nossas, mesmo que isso signifique não mais ter “cada coisa em seu lugar” ou termos que mexer na arquitetura da casa, morando eles ou não conosco, o ambiente em que eles vivem, precisa ser adaptado. Para dar-lhes conforto e proteção, e conforto à nos também que passamos a ser responsáveis por eles, já que se sofrerem um acidente doméstico, além do desconforto que isso poderá trazer-lhes, em alguns casos seqüelas permanentes, poderá incorrer em um gasto, normalmente muito alto.
Leituras
Norberg-Schulz, Christian. O fenômeno de lugar. In: NESBITT, Kate, Org. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2ª edição. rev., 2008. pp. 444-
*Globo News. Programa Pelo Mundo. Matéria: Americanos guardam roupas no forno por falta de espaço. Edição 07/05/2010 - Publicado em 08/05/2010.
3 comentários:
são pequenos e grandes detalhes que as vezes passam desapercebidos pelos familiares.
Muito bom este post, amiga!
Eu acho também que a casa deve ser preparada para esta fase da vida de uma pessoa. Vejo isso pelas dificuldades que minha mãe atravessou até parar de se machucar e aceitar que precisava ter, por exemplo, um lugar para se segurar dentro do box ou não deixar móveis em quinas.
beijos cariocas
Olá Silvia!
Obrigada pela visita ao meu blog. Embora a abordagem do tema: lugar x ambiente x pessoas tenha sido diversa da minha, já que falo de um espaço em que vivi e que hoje está mudado por completo, mas ao mesmo tempo, ao entrar nesse mesmo espaço com pessoas que vivenciaram-no na mesma época comigo,um saudosismo brotou...
Todavia, achei muito interessante o seu texto e EXTREMAMENTE pertinente as demandas atuais, onde a população brasileira está envelhecendo, porém não temos a cultura de cuidar dos nossos velhinhos adequando o Espaço às pessoas que ali vivem... Talvez, nesse sentido podemos traçar um paralelo entre os textos.
A NBR 9050, norma brasileira de acessibilidade, já prevê alguns pontos alertando para o projetar ambientes não somente para o deficiente fisico, mas também para o idoso, como barras de segurança, nos banhos, assentos diferenciados e etc.
Fiquei contente com seu texto. Parabéns!
bjs
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