Troca entre gerações, um dos mais valiosos instrumentos para a quebra de preconceitos por Silvia Masc
24 de maio de 2013
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O modelo dos idosos, morando com os filhos, está se tornando
mais raro, eles hoje, estão mais independentes, moram só ou alguns dividem a
moradia com outros, no modelo das repúblicas de estudantes, o que leva à um
distanciamento dos filhos e netos.
O convívio dos idosos com a família pode beneficiar
mutuamente as gerações, no sentido do aprimoramento dos conhecimentos em
relação a história familiar, a cidade onde residem, ao mundo, e fora do
contexto familiar, pode facilitar o estabelecimento de uma nova amizade e
afetividade que desencadeie a solidariedade, e o bem estar de todos.
Um dos mais importantes requisitos para o desenvolvimento
individual humano é o relacionamento entre pais e filhos, que traz
consequências por toda a vida.
A qualidade deste relacionamento pode ser medida por três
indicadores: intimidade, admiração e proximidade emocional entre pais e filhos.
Em muitos casos, os avós exercem papéis muito importantes no
complemento deste desenvolvimento dos mais jovens. Pais, filhos e avós são
influenciados por aspectos socioculturais, e responsáveis pela transmissão de
valores na família e na comunidade, esse relacionamento familiar é primordial
para a preservação dos padrões de comportamento na sociedade.
Há, sem dúvida, uma lacuna na educação dos filhos por parte
dos pais e avós. Neste sentido, são reduzidas as trocas afetivas, a transmissão
dos valores morais e éticos, e mesmo a passagem de cultura e do patrimônio, tão
importantes para a formação de valores e das atitudes de um adulto. O papel do
trabalho é importante para os homens e mulheres, mas o papel de ser avô/avó
preenche igualmente a vida das mulheres e homens mais velhos.
A autoridade dos avós nem sempre é tolerada pelos mais
jovens, que por vezes percebem as orientações deles, como num poder abusivo de autoridade, e principalmente com relação as novas tecnologias as opiniões são vistas num saber ultrapassado e numa incompetência do presente. Ainda assim, e
principalmente porque há diferenças individuais, o convívio entre gerações é um
dos mais valiosos instrumentos para a quebra de preconceitos, para a passagem
de conhecimentos, ajuda mútua, solidariedade e amizade.
Esta interação, quando prazerosa, pode favorecer o retardo
da dependência, sobretudo física, e consequentemente, traduzir em uma economia
de recursos, que são normalmente deslocados para o tratamento de idosos.
As relações entre gerações possibilitam o resgate da
autoestima, a atualização frente aos padrões, normas morais e sociais, a
reciclagem frente aos novos conhecimentos e a continuidade das pessoas mais
velhas como seres participativos da sociedade.
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