O hábito de ir à farmácia e comprar medicamentos, sob indicação de amigos e parentes, pode gerar conseqüências graves na saúde das pessoas que não procuram orientação médica. Conforme dados divulgados, em 2007, pela Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) cerca de 20 mil brasileiros morrem anualmente, vítimas da automedicação.
Vejam a opinião da geriatra Dra. Daniela Simone A. Oliveira, que relata as conseqüência da automedicação em pacientes da terceira idade. “A automedicação pode deixar o organismo mais vulnerável a doenças”, afirma a médica.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), aproximadamente 20 mil brasileiros perdem a vida anualmente em decorrência da automedicação.Este é um problema sério e típico de países pobres ou em desenvolvimento. Nestes países existe baixo nível socioeconômico e cultural, e muita dificuldade de acesso aos serviços médicos. Dessa forma é mais fácil se "consultar" com o farmacêutico, amigos ou com o vizinho.
Na terceira idade a automedicação é muito comum. Esse procedimento gera uma série de efeitos colaterais, às vezes muito graves. Muitas vezes o idoso não relata que faz uso de medicação não prescrita por nenhum médico. Esse comportamento dificulta ainda mais o diagnóstico de problemas decorrentes da automedicação. Em muitos casos, só depois de várias consultas é que vamos descobrindo todos os remédios que o paciente faz uso. E como eles, em geral, acham que são remédios inocentes nem se lembram de contar ao médico.
É comum, por exemplo, úlceras gástricas, decorrentes do uso crônico de antiinflamatório; confusão mental, decorrente do uso de descongestionantes e antigripais; tremores parecidos com os da Doença de Parkinson, decorrentes de remédios para labirintite.
Alguns remédios podem elevar a pressão arterial, produzir gastrite, levar a falência renal ou problemas hepáticos graves. O glaucoma que pode levar a cegueira tem chance de originar-se através do uso de várias medicações.
A automedicação pode deixar o organismo mais vulnerável a doenças, podendo prejudicar vários órgãos importantes, como rins e fígado. É preciso lembrar que até ervas e remédios fitoterápicos podem interagir com remédios em uso, gerando, nesses casos, efeitos colaterais importantes. Muitos remédios aumentam o risco de queda em idoso, o que pode levar a fraturas e até a morte, em alguns casos.
Em geral nas grandes redes de drogarias não se indicam mais medicamentos, o que era bem comum até pouco tempo atrás. Porém, em farmácias pequenas e antigas e, em bairros da periferia, esta pratica ainda é comum.
Os Conselhos de Medicina e de Farmácia, juntamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , têm feito um esforço para que farmacêuticos não indiquem medicamentos. Esta ação está surtindo algum resultado. Mas faltam, ainda, campanhas mais efetivas para alertar sobre os riscos que as pessoas correm ao tomar remédios sem prescrição.
Na prática é impossível acessar um médico de confiança 24 horas por dia. É recomendável manter em mãos uma tabela* com os nomes dos medicamentos, doses e horários para o caso de necessidade . Em caso de urgência é muito importante para o médico que está assistindo o paciente conhecer todos os medicamentos que ele faz uso. Até para saber se o que o paciente está sentindo não é somente efeito colateral de algum remédio consumido.
*Breve, deixaremos à disposição dos leitores do blog, tabelas de acompanhamento, entre elas a tabela de medicamentos.
Daniela Simone A. Oliveira, médica graduada na Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina – (CRM 83456) com curso de extensão de Geriatria na UNIFESP em 2003. Realizou estágio em geriatria no Harvard Upper New England Geriatric Education Center, em Boston USA.
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