Está aí o dia dos Namorados, vamos por esses dias, falar sobre o AMOR, SEXO, PAIXÃO, CASAMENTO, não necessariamente nessa ordem. Começaremos com as reflexões sobre o amor, por Flávio Gikovate.
Na linguagem coloquial, é usado como sinônimo de solidariedade, como amor por tudo e por todos aqueles que estão sobre a Terra.
"Eu te amo" é uma expressão usada por um sedutor que conheceu sua "vítima" há poucos minutos e deseja levá-la para a cama. Pessoas alegres e pouco criteriosas se dizem encantadas e amam com facilidade cada nova pessoa que conhecem. Uma pessoa egoísta empenhada em se mostrar feliz consigo mesma não titubeia em afirmar: "eu me amo". Estamos diante de diferentes usos da mesma palavra: uso equivocado, vazio, idealizado ou maroto. Usamos a palavra amor como o coringa em certos jogos: ela serve para todos os momentos e para todas as situações.
Amor é palavra usada e abusada.
É dita por quem tem alguma idéia acerca do seu significado e também por aqueles que a repetem apenas por imitação. Usa-se mais a palavra amor do que vive-se o sentimento. E quantas são as pessoas que se sentem felizes no amor? Pouquíssimas. E quem é capaz de definir o que seja o amor? Quase ninguém. E como podemos pretender nos dar bem nesse campo se não sabemos nem mesmo como conceituar o sentimento?
Peço licença para propor uma definição de amor. Sugiro que acompanhem com atenção a sequência do pensamento para que possamos iniciar a desenrolar esse intrincado novelo de lã. A questão é fundamental, pois envolve emoções que nos são fundamentais e em torno das quais temos sofrido muito. Envolve também um exercício de reflexão, uma introdução à arte de pensar com rigor e precisão, condição importantíssima a ser respeitada quando pretendemos nos aprofundar em qualquer setor da nossa subjetividade - ao menos por aqueles que pretendam desenvolver uma vida íntima rica, gratificante e criativa.
Defino o amor como o sentimento que vivenciamos em relação àquela pessoa cuja presença nos provoca a agradável sensação de aconchego. O aconchego é fundamental para nós, já que, desde o nascimento, nos sentimos desamparados, ameaçados, inseguros e incompletos. Nosso primeiro objeto do amor é nossa mãe.
O objeto do amor vai se modificando ao longo da vida, mas em cada fase corresponde a um objeto definido. Assim, o amor é um fenômeno interpessoal, já que amamos alguém cuja presença nos aconchega. De acordo com essa definição, não pode existir amor por si mesmo, posto que não me sinto completo e aconchegado quando estou sozinho. Se me sentisse assim pleno em mim mesmo, o mais provável é que não existiria o amor por outra pessoa, uma vez que o convívio íntimo implica em concessões e dificuldades que só são enfrentadas em decorrência dos benefícios que experimentamos a partir dessa intimidade.
Não tenho a menor dúvida de que sexo e amor correspondem a impulsos completamente diferentes, apesar de que sempre foram tratados com parte de um mesmo instinto, especialmente por parte da psicologia psicanalítica tão influente no século XX. Temos que ter a coragem de discordar até mesmo dos grandes mestres. Não podemos continuar a repetir suas falas como papagaios. Temos que poder pensar por conta própria.
Do meu ponto de vista o sexo corresponde a um fenômeno instintivo que se caracteriza pela sensação de excitação que experimentamos ao tocarmos nossas zonas erógenas. Essa é sua manifestação primeira e que se dá pelo fim do primeiro ano de vida. É evidente que o processo se sofistica principalmente a partir da puberdade, quando surgem as diferenças físicas entre os sexos e onde entra em cena a excitação que deriva dos estímulos visuais e também aqueles que derivam de fantasias que nossa mente é capaz de construir.
*Flávio Gikovate é médico e psiquiatra, colaborador de diversos, jornais e revistas e autor de Falando de Amor e O amor nos anos 80.
LONGEVIDADE
1 comentários:
"Defino o amor como o sentimento que vivenciamos em relação àquela pessoa cuja presença nos provoca a agradável sensação de aconchego. O aconchego é fundamental para nós, já que, desde o nascimento, nos sentimos desamparados, ameaçados, inseguros e incompletos. Nosso primeiro objeto do amor é nossa mãe".
Que linda definição, já li muitas coisas sobre o amor mas essa tá maravilhosa.
Beijos minha linda e bom feriado prolongado pra ti!
Beijos e beijos!
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