Clarice Niskier é minha colega querida, já atuamos juntas no palco e atualmente ela co-dirige comigo o espetáculo À beira do Abismo Me Cresceram Asas, em cartaz em São Paulo. Temos também o projeto de uma peça sobre mulheres de cinquenta ( já fizemos juntas Mulheres de 30). Pra esta peça, que vai sendo elaborada, muito lentamente, nas brechas de nossa falta de tempo, Clarice escreveu um texto que saiu recentemente publicado em meu último livro…Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.
O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique.
0 comentários:
Postar um comentário