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Sexo frágil para envelhecer

16 de abril de 2009 comente



Pesquisa revela que os homens têm mais dificuldades para enfrentar o avanço da idade

Elas se movimentam mais e assumem múltiplas tarefas. As exaustivas jornadas, no entanto, podem servir, na velhice, para garantir mais e melhores anos às mulheres. Segundo um estudo sobre as diferenças entre os sexos no processo de envelhecer, realizado pela pesquisadora Dália Romero, do Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict), uma unidade da Fiocruz, os homens vivem cerca de oito anos a menos e apresentam mais dificuldades com o avanço da idade.

Os números mostram que as brasileiras vivem em média 75 anos. Já entre os homens, a expectativa de vida é de 67 anos. As causas para o descompasso têm origens diversas. Na pesquisa, Dália explica que homens com limitações para realizar suas atividades diárias, sobretudo as que exigem força e agilidade, ficam mais deprimidos e com menor qualidade de vida do que mulheres nas mesmas condições. "Essa percepção negativa da saúde aumenta a chance de mortes prematuras da população masculina", define a pesquisadora no trabalho.

A sociedade exige que os meninos sejam os provedores, fortes e sadios, enquanto a mulher deve ser carinhosa e sensível. Conclusão: a velhice acaba comprometendo esse "papel" social masculino. "A sociedade não prepara o homem para ficar dentro de casa", afirma. Logo, a aposentadoria afeta muito mais os homens do que as mulheres em iguais condições. "Considero que a multifuncionalidade feminina, tais como cuidar de casa, trabalhar, cuidar dos filhos sem marido, participar na escola, conviver com a vizinhança, levar os filhos ao médico são nossas vantagens na etapa da velhice", destaca a pesquisadora no estudo, acrescentando que a dinâmica feminina não muda tanto com a aposentadoria. Ela passa a dispor de mais tempo para cuidar do lar, mas continua ativa.

O estilo de vida também é outro determinante da longevidade feminina, já que a expectativa de vida delas é superior a dos homens em todas as idades. De acordo com o estudo, enquanto 62,3% das mulheres consultaram algum médico nas duas últimas semanas, apenas 46,7% dos homens fizeram o mesmo. Para a pesquisadora, essa negligência faz com que os homens sejam responsáveis por um maior número de internação em situação grave e procurem mais os serviços de emergência.

Além do descaso com a saúde, e possuem hábitos menos saudáveis e têm arranjos familiares mais complicados, pois casam mais e os vínculos com os filhos, geralmente, são mais enfraquecidos. "Isso na etapa do envelhecimento conta muito. Por isso, temos muito mais homens do que mulheres morando em Casas de Cuidado ou Instituições de Longa Permanência (ILPI)", completa Dália. Por sua vez, as mulheres têm mais autonomia para realizar atividades domésticas e se cuidar, o que leva a maioria a morar sozinha.

Por: Andrea Guedes



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