Confira, a seguir, os mitos e verdades relacionadas a alguns alimentos que passaram de vilões a mocinhos:
O que diziam dessa fruta: muito calórica, era proibida na dieta de quem desejava emagrecer. Por ser bastante oleoso, algumas pessoas acusavam o abacate de ser um alimento rico em colesterol. Detalhe: esse tipo de gordura só existe em fontes de origem animal. Ou seja, jamais seria encontrado em uma fruta. O seu lado mocinho: por conter pouca água, a fruta tem alta concentração de vitaminas e minerais. O abacate é ainda benéfico para o sistema digestivo, para o fígado e para o sistema imunológico. E olhe a ironia: por ser rico em ácido oléico (uma gordura monoinsaturada, gordura do bem que dá a oleosidade da fruta), o abacate previne o colesterol ruim (LDL) e mantém os níveis do colesterol bom (HDL).
O que diziam da bebida: que provocava gastrite, elevação da pressão arterial, agitação e insônia. Corriqueira no cardápio nacional, a bebida, que inclusive dá nome ao desjejum (café da manhã), era ainda relacionada à má absorção de cálcio, o que poderia contribuir para enfraquecer os ossos. Segundo especialistas, esse malefícios dependem muito mais do grau de sensibilidade de algumas pessoas à cafeína. Qual seu lado mocinho: pesquisas apontam que o consumo moderado da bebida auxilia na concentração e na memória, diminuindo os riscos de doenças degenerativas. Há ainda evidência de que ele tenha efeito positivo na melhora do humor e em casos de depressão. Estudo publicado em 2006 e realizado pela nutricionista Rosana Perim, gerente de Nutrição do Hospital do Coração, aponta ainda que a gordura presente na bebida tem relação direta com sua preparação. "O café deve ser coado ou filtrado. Assim, é possível reter as substâncias gordurosas que podem favorecer o aumento do colesterol", explica Rosana.
O que diziam dessa guloseima: era sinônimo de gordura e açúcar em excesso, por isso de alto teor calórico. Risco certo para o coração, por ser uma fonte de colesterol, o chocolate foi riscado do cardápio de pessoas preocupadas em emagrecer ou com problemas cardíacos. Qual o seu lado mocinho: acredite se quiser, mas o doce ajuda a relaxar e até a dormir. Quem defende a idéia é o médico Guenther Von Eye, professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "O chocolate libera endorfina, substância ligada à sensações de prazer e bem-estar, por isso ajuda a pessoa se sentir bem. Por isso, inclusive, que há sempre um bombom nos quartos de hotéis", completa o médico. Aponta ainda que o flavanol (substância presente no cacau) aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro - o que pode ser uma esperança no tratamento de danos vasculares. Mas não exagere. O doce é calórico sim e somente até 6g de chocolate por dia pode ser considerada uma quantidade de consumo saudável.
O que diziam dele: rico em colesterol, o ovo foi, por muito tempo, considerado o principal inimigo de pessoas com problemas cardíacos. "As pessoas só não sabem que 70% a 80% do colesterol são produzidos pelo fígado, só o restante vem da alimentação", alerta o médico Paulo Olzon, da Unifesp. Qual seu lado mocinho: "Quando consumido sem exagero, o ovo apresenta risco somente para pessoas com predisposição genética a produzir de forma elevada o colesterol pelo fígado", ensina a nutricionista Eliana Cristina de Almeida, professora da Unifesp.
Segundo Eliana, o ovo é ainda uma fonte rica em proteínas, vitaminas lipossolúveis (que, entre outras funções, também tem ação antioxidante), minerais e gordura insaturada (uma gordura do bem). "O ovo tem substâncias de proteção contra a arteriosclerose, por exemplo. O importante é não exagerar na dose, pois todo alimento em excesso traz prejuízos ao organismo".
E não é só. A gema oferece uma grande concentração de colina. Essa substância reveste a membrana das células (incluindo as células nervosas do cérebro) e não é produzida pelo organismo. Por isso, comer ovo é uma forma de garantir a integridade celular. Outra função da colina é formar a acetilcolina - um neurotransmissor relacionado às funções de aprendizado e memória.
Fonte:
Eliana Cristina de Almeida - nutricionista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifep)
www.unifesp.br
Guenther Von Eye - professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal de Medicina do Rio Grande do Sul
www.ufrgs.br
Paulo Olzon Monteiro da Silva - clínico geral, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) www.unifesp.br
Rosana Perim - nutricionista, gerente de nutrição do Hospital do Coração de São Paulo (HCor)
www.hcor.com.br
2 comentários:
Estou adorando ler tudo por aqui.
Esse espaço seu é maravilhoso e recheado de ótimas informações.
No outro dia estava no maior corre-corre aqui em casa, mas hoje consegui ler tudinho.
Parabéns por tão linda iniciativa.
Tenha um fds super maravilhoso e iluminado pelo Senhor!
Beijos!
Gostei do assunto, muito bom.
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