- Quer ver uma velhinha falar um palavrão?
Basta gritar BINGO!
Brincadeiras a parte o assunto é muito sério.
Pesquisa que analisou pacientes com mais de 60 anos em tratamento de jogo compulsivo no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostra que os idosos levam mais tempo para procurar assistência especializada. Ao mesmo tempo, o estudo da psicóloga Cecília Galetti indica que o idoso, por apresentar um quadro clínico menos grave que os pacientes adultos, pode responder melhor ao tratamento e ajudar a difundir informações sobre os riscos do jogo compulsivo.
Homens idosos começam a jogar mais cedo do que as mulheres
Tratamento
Quanto aos jogos mais procurados, não há muita diferença entre adultos e idosos, relata a pesquisadora. “Ambos mencionaram a preferência por jogos eletrônicos, como o vídeo-bingo e as máquinas caça-níqueis”. Além de demorarem mais tempo para procurar tratamento, o desenvolvimento da doença entre os idosos é mais lento.
A pesquisa também aponta que os idosos apresentam menos gravidade no quadro clínico, o que sugere uma menor impulsividade. “Isso indica que eles podem responder melhor ao tratamento”, ressalta a psicóloga. “Ao mesmo tempo, há a possibilidade de se tornarem agentes multiplicadores, alertando outros idosos, o que viria a aumentar o número de pessoas que procuram atendimento.”
Cecília observa que os idosos representam atualmente cerca de 10% dos atendimentos realizados no IPq. Os interessados em fazer tratamento no Programa Ambulatorial do Jogo Patológico do HC devem agendar a triagem no telefone (11) 3069-7805. A seleção consiste em questionários de auto-preenchimento e uma avaliação neuropsicológica. Caso sejam diagnosticados problemas com o jogo, o paciente faz uma avaliação psiquiátrica, que verifica a necessidade ou não do uso de medicação, e passa por um período de psicoterapia.
“Após a psicoterapia, se o paciente alcançou a abstinência, ele pode ser encaminhado para outros grupos, como o de qualidade de vida, tabagismo e sexualidade, se houver a necessidade e o interesse em trabalhar outras questões”, informa a psicóloga.
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
Publicado em 23/março/2010 - AGÊNCIA USP
Mais informações: cgaletti@usp.br
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1 comentários:
penso que no começo, até pode existir o apoio da família para que o idoso tenha uma ocupação, uma distração. Então, dá-lhe bingo. Depois, com o tempo,a distração passa a ser um vício e provavelmente não visto dessa forma pelo idoso ou sua família. Há necessidade de trabalho conjunto para tratamento.
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