1.o Colocado "LONGEVIDADE HISTÓRIAS DE VIDA BRADESCO SEGUROS" 2012

Pensando o ambiente do idoso.

4 de novembro de 2010 3 comentários


Segundo Christian Norberg-Schulz , o “lugar” e conseqüentemente, a qualidade ambiental desse “lugar” precisa do todo para ser entendida.

Geralmente “lugar” é entendido junto com “função”. Quantas vezes ouvimos ou dizemos: “cada coisa em seu lugar”? O “lugar” é, constantemente, categorizado por tamanho e função, por exemplo: aqui é o lugar dos sapatos porque tem dimensões adequadas e função determinada, guardar sapatos. Mas, isso não é regra, é uma convenção ! Então podemos guardar os sapatos em outro “lugar” e essa atividade pode acontecer de forma variada e em “lugares” diversos, como alguns americanos que guardam suas roupas no forno do fogão!*

Uma casa é o conjunto de fenômenos como quarto, sala, banheiro, cozinha e lavanderia. Podem existir variações de quantidade, de repetições, como 3 ou 4 quartos, sala com quarto junto, mas sempre existirá o conjunto desses fenômenos que formarão o “lugar”, a casa,mas, e a qualidade desse ambiente e a acessibilidade?

Não vejo vantagem, em termos uma casa aonde cada coisa em seu lugar, se elas não estão acessíveis e não são seguras à todos.

Quando nossos filhos são pequenos, fazemos algumas adaptações em nossas casas, objetos perigosos são guardados fora do alcance da crianças, colocamos telas ou grades nas janelas, há quem coloque tampões nas tomadas etc...

Nossos filhos crescem, e nossos pais ou avós envelhecem, então é o momento de adaptarmos as nossas casas para eles, para proteção deles e comodidades nossas, mesmo que isso signifique não mais ter “cada coisa em seu lugar” ou termos que mexer na arquitetura da casa, morando eles ou não conosco, o ambiente em que eles vivem, precisa ser adaptado. Para dar-lhes conforto e proteção, e conforto à nos também que passamos a ser responsáveis por eles, já que se sofrerem um acidente doméstico, além do desconforto que isso poderá trazer-lhes, em alguns casos seqüelas permanentes, poderá incorrer em um gasto, normalmente muito alto.
Não digo que é fácil, foi difícil convencer meus pais a se "despedirem" dos tapetes, fazê-los acostumar-se as
suas coisas guardadas em outras pratelereis em seus armários,(alturas mais adequadas).
Trocar posição dos móveis, convencê-los a deixarem durante a noite, as luzes acesas no percurso do quarto, banheiro e cozinha, mas com o tempo, eles se convencem que é para o conforto e prevenção de acidentes.
Com jeitinho carinho e muito amor, é possível.

Leituras

Norberg-Schulz, Christian. O fenômeno de lugar. In: NESBITT, Kate, Org. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2ª edição. rev., 2008. pp. 444-
*Globo News. Programa Pelo Mundo. Matéria: Americanos guardam roupas no forno por falta de espaço. Edição 07/05/2010 - Publicado em 08/05/2010.
Sinta-se em casa e deixe seu comentário.

3 comentários:

welze disse...

são pequenos e grandes detalhes que as vezes passam desapercebidos pelos familiares.

Beth/Lilás disse...

Muito bom este post, amiga!
Eu acho também que a casa deve ser preparada para esta fase da vida de uma pessoa. Vejo isso pelas dificuldades que minha mãe atravessou até parar de se machucar e aceitar que precisava ter, por exemplo, um lugar para se segurar dentro do box ou não deixar móveis em quinas.
beijos cariocas

Coisas de Karenina disse...

Olá Silvia!
Obrigada pela visita ao meu blog. Embora a abordagem do tema: lugar x ambiente x pessoas tenha sido diversa da minha, já que falo de um espaço em que vivi e que hoje está mudado por completo, mas ao mesmo tempo, ao entrar nesse mesmo espaço com pessoas que vivenciaram-no na mesma época comigo,um saudosismo brotou...
Todavia, achei muito interessante o seu texto e EXTREMAMENTE pertinente as demandas atuais, onde a população brasileira está envelhecendo, porém não temos a cultura de cuidar dos nossos velhinhos adequando o Espaço às pessoas que ali vivem... Talvez, nesse sentido podemos traçar um paralelo entre os textos.
A NBR 9050, norma brasileira de acessibilidade, já prevê alguns pontos alertando para o projetar ambientes não somente para o deficiente fisico, mas também para o idoso, como barras de segurança, nos banhos, assentos diferenciados e etc.
Fiquei contente com seu texto. Parabéns!
bjs