ESPECIALISTA ESCLARECE OS MITOS DE DOENÇAS CARDÍACAS

Cardiologista do CMNG explica que ainda há quem ache que idade e gênero sejam fatores de risco

Mesmo com a grande quantidade de informação circulando atualmente e a multiplicação de sites e blogs de saúde, as doenças cardiovasculares, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são a principal causa de mortes no mundo, com 17 milhões de mortos em 2011. Para o cardiologista do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara, Rafael Nascimento, a falta de tempo e o corre-corre do dia a dia impedem que se cuide melhor da saúde, contribuindo para o surgimento de enfermidades, como pressão alta, taxas de colesterol e obesidade, todas fatores de risco de doenças do coração. Além disso, Dr. Rafael aproveita o Dia Mundial do Coração, comemorado no dia 27 de setembro, para explicar que a informação sem filtro vem contribuindo para que as pessoas confundam o que é verdade e mito.

- Há muitos pacientes, por exemplo, que acreditam que os problemas  cardiovasculares atingem mais homens que mulheres, mas isso não é verdade. O gênero não é fator de risco para a doença -, explica o cardiologista, que observa que a ligação entre esses males e  mulheres é mais recente, pois elas passaram a adquirir hábitos, como o tabagismo, estresse e a má alimentação, que estavam mais presentes no universo masculino.

Outro erro é acreditar que a ocorrência de doenças cardíacas esteja relacionada à idade, é cada vez maior, o numero de infarto em  pessoas com menos de 65 anos de idade. O cardiologista explica que um adolescente sedentário que exagera no consumo em alimentos gordurosos terá grandes chances de desenvolver ainda jovem alguns dos fatores de riscos como alto colesterol e obesidade.

- Por sinal, o fato da obesidade ser um dos principais fatores de risco não significa que uma pessoa magra não possa vir a desenvolver problemas de coração. Se ela for sedentária e estiver com o nível de colesterol ruim (LDL-C) elevado ou o nível de colesterol bom (HDL-C) baixo, também terá grandes chances de desenvolver alguma doença cardiovascular.

Há também quem ache que problemas cardíacos estão somente relacionados aos infartos. Entretanto, existem diversas doenças cardíacas, como por exemplo,  decorrentes de alterações das válvulas, da estrutura interna do músculo do órgão, de processos inflamatórios etc.

Os  amantes do cafezinho podem ficar despreocupados, pois não é verdade que a bebida faz mal ao coração. A cafeína, que é rica em antioxidantes,  até estimula o funcionamento do organismo e a memória. Assim como antes acreditava-se que o ovo era vilão, pesquisas já mostraram que comer uma unidade por dia não é nenhum absurdo. O alimento é rico em proteínas de alta qualidade. Mas, quem tem problemas de colesterol ou já teve infarto, não deve exagerar. Por outro lado é verdade que o óleo vegetal é bom para a saúde, ele é rico em gorduras monoinsaturadas, que ajudam a reduzir o colesterol ruim, sem baixar o HDL, que é saudável ao coração.

O estresse é mais outro aliado às doenças, pessoas mais calmas tendem a ter menos problemas no coração. Dr. Rafael alerta também que nem todos os problemas do coração apresentam sintomas imediatos, alguns se desenvolvem silenciosamente, o que impede da pessoa desconfiar de que algo esteja errado.

- Por isso a importância de um acompanhamento médico regular e da realização de check-up. São medidas essenciais para se desenvolver práticas de prevenção e poder diagnosticar a doença ainda em sua fase inicial. O que aumenta as chances do sucesso do tratamento.

10 dicas de como cuidar melhor do coração:

- Tenha uma alimentação  saudável

- Pratique exercícios físicos

- Controle o peso

- Cheque sempre sua pressão arterial

- Monitore o colesterol

- Durma bem

- Reduza o estresse

- Não fume

- Faça check-up anualmente

- Não esqueça do lazer

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