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Saiba por que às vezes o seu intestino e o seu estômago saem dos eixos. Parte 2 de 3

11 de maio de 2009 comente


Com que frequência devo ir ao banheiro? O mais importante é a qualidade, não a quantidade. “As pessoas ficam muito fixadas na frequência”, diz Mehmet Oz, professor de cirurgia da Universidade Columbia, nos EUA, e coautor de O Corpo Inteligente . “Mas o que elas devem olhar é se o intestino funciona num intervalo razoável.” Esse período pode variar de seis a 48 horas. Muitas vezes o café-da-manhã é um ótimo incentivo: o cólon se contrai com a chegada ao estômago da primeira refeição do dia, não importa se a sua preferência seja ovos com bacon ou pão com manteiga. “Você deve se preocupar quando não estiver confortável.” Isso em geral acontece diante dos extremos: reter demais ou passar o dia no vaivém até o banheiro. Os dois podem sinalizar problemas.

Por que algumas pessoas passam mal facilmente e outras têm estômago de avestruz? O que determina se o seu estômago é temperamental como a top Naomi Campbell ou encara uma feijoada com caipirinha e torresmo numa boa é, antes de tudo, sua tendência genética. “O mesmo alimento pode ser veneno para um e remédio para outro”, afirma a nutricionista funcional Daniela Jobst, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, em São Paulo. Leite de vaca, ovos de galinha, soja, amendoim, nozes, trigo, peixes e mariscos são os que mais provocam intolerância (dores abdominais, gases e diarreia) ou até alergia alimentar (quando ocorre uma reação do sistema imunológico e sintomas que podem se manifestar na pele sob a forma de eczema ou tosse no pulmão), revelou um estudo publicado na revista Current Opinion in Pediatrics. Aumentar o consumo de alimentos frescos como frutas e verduras (repletos de enzimas) favorece a digestão, mas a nutricionista não é favorável a ficar teimando pra ver se o estômago se acostuma. “Se o corpo mostra que não aceita, para que insistir?”, diz Daniela.

Tem jeito de evitar gases? E aderir à campanha do Casseta e Planeta: Não Solte Pum no Elevador? Mais ou menos. Nós expelimos 2 litros de gases por dia, que podem ter duas origens: o ar que você engole (em 80% dos casos) e a decomposição dos alimentos (em 20%). “Quando você está tensa e ansiosa, engole mais saliva e mais ar”, diz Carlos Mott. Mas o gás que entra desse modo (e por meio de bebidas gasosas) não tem cheiro. Já as emissões, digamos, perfumadas, no intervalo de 30 minutos a três horas após a refeição são produto da ação de bactérias do cólon que se deliciam com os resíduos vindos do intestino delgado. Quase tudo que comemos pode virar um banquete para elas, então fica difícil interromper a produção natural de gás. Uma solução é evitar ovo, brócolis, couve-flor, repolho e feijão, campeões de odores, quando tiver pela frente uma noite romântica.

O organismo humano é feito para digerir carne? De acordo com a nutricionista Lara Natacci, de São Paulo, nós possuímos enzimas específicas que, somadas ao ácido clorídrico, conseguem quebrar as cadeias proteicas da carne para uma boa digestão e assimilação dos aminoácidos. Em outras palavras, fomos projetados para dar conta do recado. Já a nutricionista Daniela Jobst diz que, enquanto algumas pessoas toleram bem a carne, outras ficam “conversando com ela” a tarde toda, talvez por fabricarem pouco ácido clorídrico. É que a digestão desse alimento requer um meio muito ácido. Só existe um jeito de saber o que cai bem e o que desce quadrado: a dieta de exclusão e rotatividade. Significa afastar da mesa o suspeito por um tempo, depois reintroduzir e ver o que acontece.

Prof. Dr. Carlos de Barros Mott - Faculdade de Medicina da USP - gastroenterologista.


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