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O lado bom de ficar sozinho

21 de junho de 2011 4 comentários
 “Se alguém não é capaz de inventar uma vida interessante sozinho, se a coisa mais interessante que pode acontecer na sua vida é encontrar alguém que te diga que você é interessante, isso acontece porque você não é interessante”, atenta Dunker. 




Os momentos de real importância na transformação ou passagem de um momento para outro ao longo da vida são precedidos por pequenos períodos de auto-isolamento e esvaziamento de si”, explica o psicanalista Christian Ingo Lenz Dunker, que também é professor livre-docente do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). 

Por isso,. “A boa solidão é sentida como uma necessidade de estar só; a má solidão, como uma impossibilidade de ficar sozinho”, completa Dunker. Para a psicóloga Denise Diniz, coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a solidão torna-se patológica quando vem associada a outros sentimentos, como tristeza, rejeição e sensação de abandono. “Neste caso, pode ser prejudicial ao indivíduo que, considerando que não pode ser aceito e amado, irá sofrer e até cair em depressão”, informa. 

No entanto, isso não tem a ver com escolha. “A solidão benéfica nunca se estrutura em torno de ‘eu não preciso do outro’. É justamente quando me dou conta de que preciso do outro, mas não absolutamente, que a solidão torna-se um espaço criativo”, coloca Dunker. Aqui, a ideia não é querer se afastar do mundo, mas permitir-se ficar sozinho. “E qual de nós já não teve uma crise existencial?”, questiona Denise. 

E para resolver a questão, não é preciso, necessariamente, ir para um retiro ou viajar para um lugar distante. Sabe aqueles dias em que a gente não tem vontade de conversar? “Isso deve ser respeitado. Se toda a turma está indo para a balada e você não está disposto, tudo bem! Ninguém deve se culpar por querer desfrutar de um período de isolamento”, enfatiza a psicóloga da Unifesp. Um momento para chamar de seu 

Denise afirma que vivemos em uma sociedade voltada para a indústria do lazer. “Ficar em silêncio, pensar na vida, colocar as ideias em ordem, são atitudes saudáveis e muito normais”, diz Denise. Ela explica que tal situação tem um nome: solitude. 

Segundo Dunker, é tida como uma condição para o desenvolvimento da autonomia, da independência e da emancipação. “O isolar-se é uma maneira de deixar a voz e o olhar do outro esvaziar-se, de ver nossa própria situação de longe, ou inversamente, em uma proximidade inexplorada. Isso permite reconhecer melhor o tipo de posição na qual nos encontramos em relação ao outro”, afirma. 

Quem tem medo da solidão? Apesar de a solidão ter o seu lado positivo, ainda há um preconceito que só a associa a momentos de profundo abandono. “A solidão é tão fortemente repudiada pelo indivíduo porque se associa aos estados de desproteção e insegurança”, analisa Dunker. Entretanto, o auto-isolamento é uma experiência simbólica e não uma exclusão física

.O isolamento social pode ser nocivo”, diz Denise. E Dunker lembra que a solidão patológica é sentida como humilhação social, e este tipo de sensação causa temor. “Há pessoas que jamais vão a um cinema ou a um restaurante sozinhas, pois têm certeza de que todos à sua volta estão olhando e pensando: ‘Veja aquele solitário, um fracassado que não conseguiu respeito, amizade ou amor de ninguém’. Este é um exemplo da solidão patológica, ou seja, aquela que é sentida como deficitária”, exemplifica o psicanalista. Porém, usufruir da própria companhia pode ser reconfortante em muitos momentos.

Aproveitar este auto-isolamento, colocar a ideias em dia e tomar a decisão certa, por exemplo, pode ser muito prazeroso e satisfatório.


Ig - Equilíbrio
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4 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

OI Silvia, eu adoro a solidão! Sou uma pessoa que gosta da companhia dos amigos, mas adoro ficar sozinha e preciso disso para colocar minhas ideias no papel. Acho que é primordial saber conviver conosco mesmos, e os escritores, como eu, e os artistas, de modo geral, precisam disso, talvez mais do que quaisquer outras pessoas. Adorei o tema, beijinhos,

Jo Turquezza disse...

Acho válido ficar sòzinha de vez
em quando. Refrescar a memória, fazer
novos planos ..... É bom um pouco de
cada coisa, com ou sem companhia.
Viver simplesmente......
Linda postagem. Beijos.

Beth/Lilás disse...

Amiga,
Que post perfeito, adorei!
Eu também penso assim e por isso adoro me recolher com meu marido para nossa casa nos finais de semana, pois lá podemos ficar por horas nesse estado contemplativo. Muitas vezes cada um fica num cômodo que mais lhe convém e satisfaz. Gostamos muito disso e não abrimos mão.
Vou também a certos lugares públicos sozinha, não tenho o menor problema em sentar-me a uma mesa de restaurante e comer comigo mesma ou ir a uma sessão da tarde em cinemas.
Sou bem resolvida neste sentido, apesar de que sou também muito sociável e curto amigos, bate papo, sair sempre quando posso, distrair-me no caos urbano e na maioria das vezes = sozinha mesmo.
beijos grandes cariocas
(adorei falar contigo hoje)

Beth/Lilás disse...

Voltei para dizer que fui hoje, sozinha, ao cinema.
Amei ver Woody Allen e curti cada momento desta agradável solidão.
Maridex em Sampa.
bjs cariocas